Uma Fria Manhã de Inverno

Publicado 27 de julho de 2013 | Por anderson

O sul do Brasil está mais frio neste ano. A neve caiu em várias cidades de Santa Catarina, inclusive muito próximas ao litoral.
Uma das maravilhas da natureza é a diversidade do clima. Você pode obter o mesmo cenário de maneiras diferentes dependendo da época do ano. Da mesma forma os animais e insetos variam seu comportamento de acordo com o clima.
Acordei 5 horas da manhã (sábado 27/07/2013), estava mais ou menos 10 graus no bairro onde moro. Relutei um pouco e pensei se realmente iria até o Parque em uma manhã fria. Lembrei o Araquém Alcântara dizendo: “o fotógrafo tem que chegar cedo e ver a luz iniciar no ambiente”. Não consegui voltar a dormir, era um compromisso com o Dragão. Me agasalhei devidamente e parti para o Parque Estadual Acaraí.

Rio Acaraí, Parque Estadual Acaraí.

Cheguei antes do sol despontar no horizonte. Haviam alguns pescadores de fora usando o mesmo caminho para saírem com seu barco.
Peguei o equipamento e comecei o trabalho (que para mim é muito divertido). Sensação térmica de uns 7 graus. Aquela área é realmente mais fria.
Pássaros de todo tipo: os quero-queros, saíra azul, canário da terra, gaivotas e garças.
Um falcão que parecia muito bem alimentado, me observava de longe. Bastava eu me aproximar e ele trocava de árvore. Na verdade ele queria os pequenos pássaros que estavam por ali.
Um momento bom e ruim ao mesmo tempo: um martim pescador pousou a uns 20 metros de distância, mas não consegui foco rapidamente antes que ele voasse. Para piorar havia deixado o tripé a outros 20 metros de distância. Lição importante: nunca largue o equipamento essencial longe de você. A oportunidade pode surgir justo naquele momento.
Dois moradores da área apareceram para guardar sua canoa em um rancho próximo. Logo foram embora.
Estava tão frio que não haviam mosquitos, borboletas nem formigas. Curioso, só vi pássaros.
Depois fui para mais longe do rio Acaraí. Peguei a estrada por onde passa o óleo duto da Petrobras.
Segui até um ponto e parei quando ouvi um barulho inigualável. Uma araponga soltava seu estridente canto como que malhando o ferro.
Saí do carro e peguei uma trilha. Diferente do local que estava antes, molhado e um tanto lamacento, aquela área era mais alta. Vegetação mais seca e terreno arenoso.
A araponga continuava cantando. A cada chamado outra respondia ao longe. Segui mas infelizmente não a encontrei na mata fechada.
Poderia ficar o dia todo lá, mas não havia me planejado para isso. Voltei para casa e não esperei um segundo para ver o resultado.

Anderson Neomar Gomes